O Brasil confirmou, no dia 19 de maio de 2025, o primeiro foco de gripe aviária em uma granja comercial, localizada na cidade de Montenegro, no Rio Grande do Sul. O caso foi registrado em uma propriedade de reprodução de aves, e desde então, o município se tornou o centro das atenções das autoridades sanitárias.
Reconhecida como polo da avicultura no estado, Montenegro abriga cerca de 30 aviários e tem uma economia fortemente baseada na atividade. A confirmação do foco em uma das granjas trouxe incertezas e alarmou os mercados.
A cidade já enfrentava os impactos de uma enchente histórica no ano anterior e agora lida com os efeitos de uma crise sanitária com potencial impacto econômico e social.
Em resposta ao surto, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) ativou o Plano Nacional de Contingência da Influenza Aviária, com ações rigorosas de controle e prevenção. Mais de 85 profissionais da Secretaria da Agricultura do RS e equipes de apoio federal e militar foram mobilizados para o município.
Para evitar o avanço do vírus, o governo também reforçou o alerta sobre o contato com aves silvestres e migratórias — principais vetores da doença — e destacou a importância da vigilância compartilhada entre produtores, profissionais da saúde animal e população.
Foram estabelecidas barreiras sanitárias e de desinfecção, além da fiscalização de mais de 500 propriedades num raio de 10 km do foco. Segundo o Mapa, o consumo de carne de frango e ovos pode ser realizado de forma totalmente segura.
Graças a esses esforços foi anunciado, nesta quarta-feira (21), pelo governo do RS que a granja de Montenegro onde foi identificado o foco de gripe aviária, teve sua limpeza e desinfecção concluídas.
Com isso, segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a partir desta quinta-feira (22), começa a contar os 28 dias do prazo para que o país seja considerado livre da doença, caso não haja novo foco.
Plano Nacional de Contingência do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa)
Durante o prazo de 28 dias, a granja de Montenegro passará por um vazio sanitário — período no qual o local deve permanecer completamente desocupado por aves e sem qualquer atividade avícola.
Essa medida tem como objetivo interromper o ciclo do vírus e garantir que ele não permaneça ativo no ambiente. O protocolo, previsto no Plano Nacional de Contingência do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), considera dois ciclos de incubação de 14 dias cada e segue normas internacionais de sanidade animal.
O vazio sanitário é apenas uma das etapas do Plano Nacional de Contingência para Influenza Aviária, elaborado pelo Mapa para responder de forma rápida e coordenada a qualquer ocorrência da doença no território nacional. O plano estabelece protocolos rigorosos que vão desde a detecção precoce, sacrifício sanitário, desinfecção das áreas afetadas, até ações de comunicação com a sociedade e o mercado internacional.
Além do controle direto nas granjas afetadas, o plano também prevê o monitoramento intensivo de aves silvestres e migratórias, que são potenciais vetores naturais do vírus.
Barreiras sanitárias, restrição no trânsito de veículos agropecuários e vistorias em propriedades próximas aos focos são parte dessas ações. Com isso, o governo busca não apenas conter a propagação da doença, mas também proteger a cadeia produtiva da avicultura.

Nova atualização do MAPA sobre a suspensão de exportações devido à Gripe Aviária
O MAPA também divulgou ontem (quinta-feira) uma nova atualização sobre as restrições impostas por países importadores de carne de aves do Brasil, em decorrência do foco de influenza aviária H5N1.
Segundo o comunicado oficial, 20 países adotaram a suspensão total das exportações brasileiras de carne de frango: China, União Europeia, México, Iraque, Coreia do Sul, Chile, Filipinas, África do Sul, Jordânia, Peru, Canadá, República Dominicana, Uruguai, Malásia, Argentina, Timor-Leste, Marrocos, Bolívia, Sri Lanka e Paquistão.
Já outros 11 países optaram por restrições regionais, limitando a suspensão às exportações oriundas do Rio Grande do Sul: Arábia Saudita, Turquia, Reino Unido, Bahrein, Cuba, Macedônia, Montenegro, Cazaquistão, Bósnia e Herzegovina, Tajiquistão e Ucrânia.
A Rússia, Bielorrússia, Armênia e Quirguistão decidiram retirar a suspensão do país todo e reduziram a restrição geográfica para o estado do Rio Grande do Sul.
Emirados Árabes Unidos e Japão, por sua vez, restringiram as compras apenas do município de Montenegro.
O Mapa reafirma que o consumo de carne de aves e ovos continua seguro para a população, desde que os alimentos sejam devidamente preparados, uma vez que não há risco à saúde humana relacionado ao consumo desses produtos.
Saiba mais:
Para ficar por dentro de todas as novidades do mundo veterinário leia nosso outros artigos em:
Digivets
Quer uma curadoria de conteúdo no seu email?
Assine nossa News no LinkedIn Newsletter Digivets