Pet food “Made in Brazil”. As exportações do setor pet brasileiro devem ultrapassar, em 2022, R$ 495 milhões, destaque para o segmento pet food que detém 95% de todo o volume exportado. De acordo com levantamento da ABINPET – Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação, as indústrias que produzem alimentos e […]
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Pet food “Made in Brazil”.
As exportações do setor pet brasileiro devem ultrapassar, em 2022, R$ 495 milhões, destaque para o segmento pet food que detém 95% de todo o volume exportado.
De acordo com levantamento da ABINPET – Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação, as indústrias que produzem alimentos e outros itens voltados para animais de estimação devem concluir o ano de 2022 com faturamento projetado na ordem de R$ 41,5 bilhões. Deste total, o segmento de pet food deve chegar aos R$ 33 bilhões, o que representa 80% do faturamento do setor. Em relação às exportações, nos primeiros seis meses de 2022, a balança comercial do segmento pet foi positiva. O valor total exportado no período superou de 2021, em 20%, chegando aos US$ 209 milhões. Em relação ao volume, registra-se uma alta tímida, de 1,7%.
O setor pet food representa 95% do valor exportado, seguido dos produtos de pet care e animais vivos (2%) e pet vet (1%).
Nelo Marraccini, Presidente do Conselho Consultivo do Instituto Pet Brasil (IPB), fala sobre a exportação na área pet, orienta por onde as empresas interessadas devem começar, avalia o potencial do mercado brasileiro neste cenário e deixa a sua mensagem.
Revista Pet Food Brasil – Quais as orientações para a empresa brasileira de pet food que deseja exportar? Por onde começar?
Nelo Marraccini – As empresas de pet food representam cerca de 55% do faturamento anual do setor pet. Estimativa atualizada do Instituto Pet Brasil (IPB) com base no desempenho do primeiro semestre aponta que o faturamento do setor pet terá crescimento de 14,7%, chegando a R$ 59,2 bilhões, em 2022. A projeção anterior, feita a partir de dados dos primeiros três meses do ano, era de 14% (R$ 58,9 bilhões).
As empresas de pet food brasileiras adquiriram grande maturidade ao longo das últimas décadas para exportar. Municiadas de informações relevantes, precisam trabalhar a competitividade e encontrar espaço para negociar seus produtos fora do País. O IPB lidera projetos de fomento ao conhecimento, empreendedorismo e inovação, com o objetivo de construir um varejo mais profissionalizado e fortalecer a relação entre seres humanos e animais de estimação, que comprovadamente é benéfica para a saúde e o bem-estar de ambos. Quem quiser começar, pode se inscrever no PDI (Programa de Desenvolvimento e Inovação das Empresas do Setor Pet) e participar do Projeto Setorial Pet Brasil.
Revista Pet Food Brasil – De modo geral, as empresas brasileiras do setor estão preparadas para trabalhar com exportação?
Nelo Marraccini – O mundo inteiro elogia a criatividade e a capacidade do empreendedor pet brasileiro. Atingimos um elevado grau de maturidade, mas é comum vermos que as empresas acham difícil exportar e acabam restringindo suas soluções apenas para o mercado interno. O IPB oferece capacitação para essas empresas pelo Projeto Setorial Brasil, que é focado nas exportações, e pelo PDI PET, que é um programa de capacitação de empresas. Este projeto é pautado na capacitação, reciclagem e melhoria contínua das empresas brasileiras. Executado a distância, ele garante acesso a painéis de mercado e demais conteúdos. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas por meio do site http://pdipet.com.br/cadastro.aspx.
Revista Pet Food Brasil – A que se deve o aumento nas exportações no setor pet, na última década?
Nelo Marraccini – O IPB, criado em 2013, é prova de que o setor pet vem ganhando força na última década, acompanhando a relação cada vez mais estreita entre humanos e animais de estimação.
O Projeto Setorial Pet Brasil também possui papel fundamental nesse processo. Ele oferece orientação a empresas com interesse em exportar seus produtos e serviços, bem como, ações para promover o setor pet brasileiro, por meio de missões comerciais, rodadas de negócios e delegações brasileiras em feiras internacionais. Países como Argentina, Colômbia, Peru, China e Emirados Árabes estão entre os focos das rodadas de negócios no calendário do projeto em 2022.
Revista Pet Food Brasil – Qual a razão dos países da América Latina terem se tornado os principais destinos dos produtos pet produzidos no Brasil?
Nelo Marraccini – Como motivos, podemos apontar a proximidade geográfica, a menor barreira linguística, maior facilidade tributária e uma cultura mais parecida com a nossa. A força do mercado latino-americano também é outro grande impulsionador.
O mercado pet brasileiro prevê expansão de negócios na América do Sul neste ano. Argentina, Chile, Colômbia e Paraguai, respectivamente, ocupam as primeiras colocações do ranking de exportações brasileiras. O Estados Unidos, em quinto lugar, é o único intruso da América Latina entre os nove primeiros colocados. Uruguai, Bolívia, Peru e México, nesta ordem, completam o ranking deste ano.
Revista Pet Food Brasil – Há dados sobre o desempenho das exportações no segmento pet food?
Nelo Marraccini – O segmento de pet food responde por 95% das exportações do Instituto Pet Brasil (IPB). Em 2021, ele movimentou R$ 391.935.078.
Revista Pet Food Brasil – Como deve encerrar 2022 para as exportações na categoria pet? E para o setor pet food?
Nelo Marraccini – Devemos exportar para 192 países neste ano, contra 150 em 2005. O faturamento de exportações pet subiu de US$ FOB 68.208.644 (milhões de dólares/FOB) em 2005 para US$ OFB 412.563.240 em 2021 e com projeção para 2022 de 495.075.888. Lembrando que esses números são gerais, sendo que o setor pet food representa cerca de 95% das exportações.
Revista Pet Food Brasil – O cenário está favorável para as empresas que pretendem iniciar as exportações? E, em especial na categoria pet food?
Nelo Marraccini – O mercado pet internacional está aquecido, mesmo com as dificuldades impostas pela Covid-19, e este é o momento da retomada. Muitas vezes, empresas do nosso setor acabam perdendo a oportunidade de expandir fronteiras por falta de conhecimento sobre o mercado. Mas, garanto, que é mais fácil fazer negócios com empresas de outros Países do que se imagina.
Revista Pet Food Brasil – O Brasil tem competitividade em ração animal frente a outros países?
Nelo Marraccini – As empresas brasileiras possuem um alto nível técnico e de segurança de produção. Como eu disse, 55% do mercado pet é composto de pet food, temos expertise na área.
Revista Pet Food Brasil – Ainda há muitas barreiras técnicas a serem vencidas para a exportação? Quais os maiores desafios?
Nelo Marraccini – O Brasil é visto e reconhecido como um grande player no mercado internacional pet. Mesmo assim, algumas empresas acabam não dando a devida atenção para esse mercado e perdem um grande potencial de impulsionar suas vendas. Posso dizer que o primeiro grande desafio é a falta de informação: empresas deixam de participar do mercado internacional porque acham complicado ou ainda acreditam que não adquiriram maturidade específica para isso. O IPB disponibiliza programas de treinamentos de empresas do setor pet exatamente para isso: para capacitar para os negócios internacionais.
Revista Pet Food Brasil – Poderia explicar sobre o funcionamento do Projeto Setorial Pet Brasil do IPB?
Nelo Marraccini – O Projeto Setorial Pet Brasil, parceria entre o IPB e a ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoções e Exportações e Investimentos), oferece orientação a empresas com interesse em exportar seus produtos e serviços, bem como em promover o setor pet brasileiro, por meio de missões comerciais, rodadas de negócios, delegações brasileiras em feiras internacionais, entre outras ferramentas. Países como Argentina, Chile, Colômbia, Peru, China e Emirados Árabes estão entre os focos das rodadas de negócios no calendário do projeto em 2022.
O calendário de feiras começou em março, na Global Pet Expo, em Orlando (EUA), com a intermediação de empresas brasileiras para o evento. O IPB ainda marcou presença e deu apoio aos negócios nacionais no Interzoo que foi realizado em maio, na Alemanha e, também faz parte do calendário o International Pet Meeting, que ocorreu em novembro, no Brasil.
Além da participação em eventos exclusivos, participantes do Projeto Setorial Pet Brasil têm benefícios como o chão de feira, coordenação da montagem do estande e coordenação do evento.
Revista Pet Food Brasil – Como as empresas interessadas devem proceder?
Nelo Marraccini – Empresas brasileiras podem manifestar interesse em participar das ações internacionais promovidas pelo IPB, por meio do Projeto Setorial Pet Brasil, preenchendo formulário neste link: https://bit.ly/3Npq1Ww.
Revista Pet Food Brasil – Qual mensagem deixaria para o mercado?
NNelo Marraccini – A exportação de produtos e serviços pet vem ajudando a aumentar a relevância do setor. Por isso, nossas empresas precisam se preocupar cada vez mais em vender além de nossas fronteiras. Acreditamos em um setor profissionalizado, que fortaleça a relação entre seres humanos e animais de estimação, que comprovadamente é benéfica para a saúde e o bem-estar de ambos.