Por Digivets

Dezembro 26, 2025

Doenças transmitidas por Carrapatos: médica-veterinária explica por que esse conjunto de doenças que pode atingir os cães é tão grave

Com alta incidência no Brasil, erliquiose e babesiose, doenças transmitidas por carrapatos, podem ser fatais. Prevenção contínua é essencial para a saúde dos pets

A popularmente chamada “doença do carrapato” não é uma única enfermidade, mas sim um conjunto de doenças transmitidas por carrapatos, como é o caso da erliquiose e da babesiose, transmitidas pelo carrapato-marrom (Rhipicephalus sanguineus). Altamente prevalentes no Brasil, essas doenças são consideradas muito importantes na medicina veterinária, podendo causar danos severos ao organismo dos cães e, em muitos casos, levar ao óbito quando não diagnosticadas e tratadas de forma rápida e adequada.

O clima tropical e subtropical do país favorece a multiplicação do carrapato-marrom, tornando a exposição dos animais um risco presente durante todo o ano. A erliquiose, causada pela bactéria Ehrlichia canis, afeta células do sistema imunológico, enquanto a babesiose, resultante da infecção pelo protozoário Babesia spp., leva à destruição dos glóbulos vermelhos que são responsáveis pelo transporte de oxigênio.

A gravidade dessas enfermidades está diretamente ligada aos danos que esses microrganismos causam no organismo do animal. Tanto a erliquiose quanto a babesiose podem causar febre, falta de apetite, cansaço e apatia. Na erliquiose é muito comum os cães apresentarem sangramentos devido a queda das plaquetas, enquanto na babesiose a anemia é um fator importante, levando a alterações como icterícia e urina de coloração escura.
 

“A ‘doença do carrapato’ é uma grande preocupação na rotina clínica. Muitos responsáveis imaginam que esses parasitas causam apenas incômodo, quando na verdade eles podem causar doenças graves. Como os sinais iniciais podem ser muito sutis, o diagnóstico pode ser tardio, o que aumenta significativamente a gravidade do caso e o risco de óbito”, explica Kathia Soares, coordenadora técnica na MSD Saúde Animal.


Para uma prevenção eficiente, a especialista destaca três cuidados essenciais:

  • Controle ambiental: Cerca de 95% do ciclo do carrapato-marrom acontece no ambiente, não no animal. Por isso, manter a casa limpa — principalmente frestas, cantinhos e locais onde o pet costuma descansar — é essencial. O uso de produtos adequados para o ambiente e a inspeção regular de áreas externas ajudam a evitar a proliferação e as reinfestações.
  • Proteção contínua do pet: O uso regular de antiparasitários eficazes e de longa duração é fundamental. Produtos com ação prolongada facilitam a adesão do tutor e reduzem assim falhas na rotina.
  • Inspeção frequente do animal: Examinar o corpo do pet, especialmente após passeios ou contato com ambientes externos, auxilia na identificação rápida de carrapatos e de sinais clínicos iniciais, contribuindo para um diagnóstico mais precoce.

“A prevenção contínua reduz de forma significativa o risco de transmissão de doenças por carrapatos. Simplificar a rotina de cuidados é fundamental para que o tutor mantenha o pet protegido de forma ininterrupta, e isso faz toda a diferença quando falamos de enfermidades tão graves”, complementa Kathia Soares.

A informação, aliada ao uso contínuo de soluções eficazes, é a melhor forma de promover a saúde e o bem-estar dos cães. A prevenção é, sem dúvida, o caminho mais seguro para que os responsáveis contribuam para uma vida longa, saudável e protegida aos seus companheiros.

Para ficar por dentro de todas as novidades do mundo veterinário leia nossos outros artigos em:
Digivets

Quer uma curadoria de conteúdo no seu email?
Assine nossa News no LinkedIn Newsletter Digivets

Compartilhar Post

Artigos relacionados

Doenças transmitidas por Carrapatos: médica-veterinária explica por que esse conjunto de doenças que pode atingir os cães é tão grave