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Nesta segunda-feira (01), Dia Internacional do Trabalhador, o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Espírito Santo (CRMV-ES) gostaria de parabenizar e reconhecer o trabalho de todos os médicos-veterinários e zootecnistas do Espírito Santo. Atualmente o estado possui 2986 médicos-veterinários e 132 zootecnistas em atividade.
Tanto a medicina veterinária quanto a zootecnia possuem diversas áreas de atuação. Algumas delas menos conhecidas pela população em geral, no entanto, igualmente essenciais para promover o bem-estar animal e humano.
Um exemplo disso é o zootecnista Filipe Barbosa Martins, que atua em duas áreas distintas da sua profissão. É formado pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), possui Pós-Graduação em Plantas Forrageiras e é Mestre em Agronomia na Recuperação de Pastagens. Atualmente trabalha como Coordenador de Pecuária da Secretaria de Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca do Espírito Santo (Seag). No seu cargo, atua no desenvolvimento da pecuária em todo o estado, principalmente da produção leiteira e de carne. Além disso, atua como responsável técnico em uma fábrica de produção de insumos para alimentação animal Na fábrica, Filipe é responsável por acompanhar os processos produtivos da fabricação desses alimentos, como o controle de qualidade, controle da ficha nutricional, dentre outros aspectos.
O médico-veterinário Juliano Fernandes Alves, de 30 anos, também trabalha num segmento que vai além do contato com os animais na clínica. Dedica-se desde 2020 à Prefeitura Municipal de Baixo Guandu, na parte de Vigilância de Zoonoses: “A atuação neste cenário vai muito além do manejo clínico dos animais com relevância para a Saúde Pública. Cabe ressaltar a investigação epidemiológica dos casos confirmados de doenças zoonóticas, bem como tomar as medidas necessárias para o controle e bloqueio do ciclo das mesmas, seja através do manejo ambiental, estudo e detecção dos vetores, ações de prevenção, dentre outras.”, compartilhou. Seu interesse foi despertado ainda na universidade, quando quis aprender mais profundamente sobre as doenças infecciosas e zoonoses e sobre a Saúde Pública. O trabalho de conclusão de curso (TCC) de Juliano foi relacionado a esta área, em específico, para a Leishmaniose Visceral. Deste modo, começou a obter os dados sobre a doença, através de uma pesquisa na Vigilância epidemiológica do município de Baixo Guandu. Pouco tempo depois foi convocado para atuar no município. Segundo ele, não foi uma tarefa fácil, pois o município não possuía estrutura para desenvolver as ações básicas de vigilância e controle das doenças. O primeiro passo foi a criação da Unidade de Vigilância de Zoonoses para iniciar um trabalho dentro da legalidade, respeitando os profissionais de saúde e os animais. Foi de extrema importância a união entre os profissionais do município e da Superintendência Regional de Saúde de Colatina. O resultado dessa união foi a criação de um projeto de aplicativo dentro do programa de vigilância e controle da leishmaniose visceral, que já começa a dar os seus primeiros frutos na cidade.
Outro campo de atuação não tão convencional mas que vem ganhando espaço no Brasil é a Medicina Veterinária Integrativa e o uso de Cannabis na Veterinária. A médica-veterinária Emanuelle de Oliveira e Silva , de 34 anos, tem se aprofundado no tema nos últimos anos. Ela é presidente do GT de Cannabis Medicinal do CRMV-ES, Co-Fundadora e Diretora da ACAMC (Associação de Cannabis Medicinal Capixaba), Professora na Equipe Dr Pet Cannabis e proprietária da TAO VET Medicina Veterinária Integrativa e Canábica (pioneira na Medicina Endocanabinóide no Espírito Santo) A profissional comentou que começou a se interessar pela medicina natural quando trabalhou nas aldeias indígenas do norte do estado. A partir daí, trouxe o conhecimento da medicina natural adquirido nos anos de vivência com esses povos para a Veterinária. “O conhecimento da fitoterapia brasileira me levou a buscar novos saberes e quando estava para me formar na graduação em Medicina Veterinária optei por me especializar em uma área mais holística, com a Fitoterapia Veterinária e a Acupuntura. A partir daí também comecei meus estudos sobre a Medicina Canábica e me apaixonei pelo Sistema Endocanabinoide, um sistema que quase não é abordado na graduação.”, afirmou. Segundo a médica-veterinária, há pouquíssimos cursos de formação e de pós graduação em Medicina Endocanabinoide, mas é uma área de especialização que tende a crescer com o processo de regulamentação da Cannabis Medicinal Veterinária no Brasil. O consultório em que atua une duas terapias, tanto a Medicina Tradicional Chinesa quanto em Medicina Canábica, dentre outras que se inter-relacionam com elas. Em 2020, foi convidada para fazer parte da construção da primeira Associação de Cannabis Medicinal do ES como Diretora. A equipe de especialistas que integra essa Associação está se organizando junto aos parlamentares para a introdução da Cannabis no SUS . Além disso, no ano passado se reuniu com o nosso Conselho Regional para construir um Grupo de trabalho técnico para estudo da Medicina Canábica Veterinária. Hoje, o grupo se une com outros GTs no Brasil em busca da regulamentação da Medicina Canábica própria para a Medicina Veterinária. O CRMV-ES relembra a importância de todos esses profissionais e agradece por todos os esforços que têm sido empregados em prol da saúde humana, animal e ambiental. Além disso, reafirmamos nosso compromisso com o desenvolvimento saudável e a valorização da Zootecnia e a Medicina Veterinária no nosso estado e no país.