15/03/2023

    CRMV-PB desenvolve ações para garantir qualidade do ensino de veterinária na Paraíba; ação quer impedir abertura de novos cursos no País

    O Ministério da Educação (MEC) aprovou 40 Projetos Pedagógicos de Cursos de graduação de Medicina Veterinária entre 2018 e 2021. O fato vem causando preocupação, pois estudo realizado pela Comissão Nacional...

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    CRMV-PB desenvolve ações para garantir qualidade do ensino de veterinária na Paraíba; ação quer impedir abertura de novos cursos no País

    O Ministério da Educação (MEC) aprovou 40 Projetos Pedagógicos de Cursos de graduação de Medicina Veterinária entre 2018 e 2021. O fato vem causando preocupação, pois estudo realizado pela Comissão Nacional de Educação da Medicina Veterinária do Conselho Federal de Medicina Veterinária aponta que os possíveis novos cursos não possuem condições de funcionamento. Isso motivou uma Ação Civil Pública por parte do Conselho Federal de Medicina Veterinária, pedindo a suspensão da abertura de novos cursos e vagas por, no mínimo, cinco anos, ou até que seja possível verificar a qualidade deles.

    Na Paraíba existem 12 cursos de Veterinária que juntos são responsáveis pela abertura de 2.010 novas vagas por ano. O Brasil conta com 536 cursos, 22 no modelo Ensino à Distância (EaD), que jutos oferecem 107.427 vagas todos os anos. No mundo, há 320 cursos superiores na área. Os Estados Unidos, por exemplo, possuem 32 escolas de Medicina Veterinária, enquanto a Europa inteira reúne 95 e a China, 22.

    No Estado, a qualidade dos cursos vem sendo debatida pela Comissão de Educação do Conselho Regional de Medicina Veterinária da Paraíba (CRMV-PB), que realizou este mês o I Encontro de Coordenadores de Cursos de Medicina Veterinária do Estado da Paraíba. O presidente do Conselho, José Cecílio, afirmou que o Conselho tem preocupação e que colaborar com a formação do profissional que chega ao mercado, por isso, está trabalhando junto às faculdades, estreitando relações, para contribuir com a qualidade do ensino.

    De acordo com o presidente da Comissão, o vice-presidente do Conselho Regional Adriano Fernandes Ferreira, o objetivo do trabalho é construir com gestão, docentes e discentes estratégias que auxiliem na qualidade do processo ensino-aprendizagem.

    “Temos essa preocupação constante no Conselho já que a educação reflete diretamente na qualidade dos profissionais que chegam ao mercado. Estamos em contato com os coordenadores para entender as dificuldades vivenciadas e também auxiliar na implantação das novas diretrizes curriculares do curso”, destacou Adriano Fernandes.

    O Encontro de Coordenadores de Cursos de Medicina Veterinária do Estado da Paraíba contou com a presença da professora doutora Maria José de Sena (ex-reitora da UFRPE e presidente Nacional de Educação de Medicina Veterinária do CFMV) que apresentou o Diagnóstico Situacional da Qualidade dos Cursos de Medicina Veterinária submetidos a Análises para Fins de Autorização no período de 2018 a 2021.

    “Estão colocando no mundo do trabalho, jovens que, em sua maioria, não estão sendo formados adequadamente para lidar com vidas animais e humanas, considerando a importância da atuação médico-veterinário nas diversas áreas que impactam diretamente o bem-estar dos seres e do ambiente”, sinaliza a professora Maria José de Sena.

    Estudo – A Comissão Nacional de Educação da Medicina Veterinária identificou vulnerabilidades no conteúdo programático e na qualificação do corpo docente, bem como verificou inconsistências de metodologia, gestão e infraestrutura. Os projetos pedagógicos foram considerados inexequíveis pela comissão por não atenderem as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) da Medicina Veterinária, atualizadas em 2019 pela Resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE/MEC) nº 3.

    O estudo é o desdobramento do trabalho iniciado pela comissão em agosto de 2020, quando avaliou 215 IES que participaram do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2019. Ao observar os baixos conceitos aferidos pelo Enade, a comissão passou a acompanhar as solicitações encaminhadas ao MECentre 2018 e 2021. “É um crime o que essas instituições estão fazendo, enganando os estudantes e a sociedade”, conclui Maria José.

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