Campanha contra a leishmaniose completa 20 anos e relembra ligação de Clodovil que deu início ao movimento
Há 20 anos, uma ligação do estilista e apresentador Clodovil Hernandes acendeu um alerta que mudaria a vida da assessora de imprensa Marli Pó — e daria origem a um movimento de alcance nacional. Na época, Clodovil buscava ajuda porque seus cães haviam sido diagnosticados com leishmaniose, doença pouco conhecida pelo público e de alto risco tanto para animais quanto para seres humanos.
Daquele episódio nasceu a campanha “Diga Não à Leishmaniose”, que chega a duas décadas de atuação como uma das principais iniciativas de conscientização sobre a zoonose no Brasil.
Do caso pessoal ao movimento nacional
O primeiro caso emblemático foi o do cão Grande Otelo, mascote de Clodovil, diagnosticado e tratado a tempo. Desde então, a campanha deixou de ser uma ação pontual para se tornar um movimento que já mobilizou entidades de classe, organizações de saúde, artistas e profissionais de diversas áreas.
Ao longo dos anos, nomes como Hebe Camargo, Daniela Albuquerque, Flavia Noronha e Nico Puig ajudaram a dar visibilidade ao tema. Até mesmo o grafiteiro Crânio contribuiu, criando obras que se tornaram símbolos da causa.

Situação no Brasil
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a leishmaniose visceral — forma mais grave da doença — pode matar até 90% dos pacientes não tratados. No Brasil, entre 2012 e 2022, foram registrados mais de 35 mil casos humanos, com taxas de mortalidade superiores às da dengue em algumas regiões.
Especialistas destacam que a desinformação ainda é o maior obstáculo no combate. Apesar de afetar diferentes classes sociais, muitos tutores desconhecem formas de prevenção.
Rede de apoio e prevenção
A campanha se mantém ativa com apoio de entidades como a OAB, Rotary Club e do grupo BRASILEISH, que reúne veterinários e advogados. Também promove ações educativas, mantém um site informativo e já alcançou mais de meio milhão de pessoas apenas por meio de seu blog.
Na prática, uma das ferramentas mais efetivas de prevenção é a coleira repelente de insetos, que protege os animais contra o mosquito-palha — transmissor da doença.





Próximos passos
Completando 20 anos, o movimento planeja novas ações que devem ser anunciadas ainda este ano. A coordenadora Marli Pó afirma que o trabalho precisa continuar: “A leishmaniose ainda é uma doença negligenciada. Nosso objetivo é ampliar a informação e salvar vidas”.
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