Negócios pet enfrentam desafios com tarifa dos EUA, mas ganham fôlego para crescer no mercado interno e buscar novos destinos.
No início de agosto de 2025, entrou em vigor nos Estados Unidos uma tarifa de 50% sobre a importação de diversos produtos brasileiros, afetando setores que vão do agronegócio à indústria, com impacto direto no mercado pet, que tem ganhado destaque na economia brasileira e mundial. Em 2024, o Brasil registrou recorde ao exportar mais de US$ 580 milhões em produtos pet, dos quais 86% correspondem a rações e petiscos, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) e do Instituto Pet Brasil (IPB).
Entre os itens mais afetados pela sobretaxa estão rações super premium, petiscos naturais, tapetes higiênicos, areias de gato e acessórios pet, que vinham ganhando espaço nos portfólios de importadores americanos. A medida pode inviabilizar parte das exportações para os EUA no curto prazo, levando distribuidores norte-americanos a buscarem fornecedores em países sem tarifa, como México e na Ásia.
Para Ricardo de Oliveira, consultor especializado no varejo pet, sócio e diretor de expansão da Bable Pet e fundador do grupo Fórmula Pet Shop, com mais de 30 anos de experiência no setor, “a sobretaxa imposta pelos EUA reduz a competitividade dos produtos brasileiros e exige uma resposta estratégica imediata.” Segundo ele, “ajustes rápidos são essenciais para que o setor mantenha sua presença internacional sem perder relevância no mercado doméstico.”
No Brasil, a retração nas exportações pode aumentar a oferta interna de produtos antes destinados ao exterior, tornando-os mais acessíveis ao varejo local. Pequenos lojistas poderão se beneficiar com produtos de alta qualidade a preços mais competitivos, apesar dos possíveis aumentos no custo de insumos importados, como embalagens e ingredientes especiais. “Embora a tarifa represente um baque imediato, pode ser o impulso que o setor nacional precisava. Essa crise pode catalisar a inovação, fortalecendo o varejo pet por meio de mix revisado, fidelização eficiente e foco no consumidor local”, afirma Ricardo.
Além disso, a indústria deve reorientar esforços ao mercado interno, gerando novas oportunidades de emprego, investimentos em marketing, treinamentos e programas de fidelização. Fabricantes brasileiros também devem intensificar a presença em mercados alternativos na América Latina, Oriente Médio, Sudeste Asiático e África, ampliando a diversificação e a resiliência do setor.
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