28/03/2023

    Veterinário comenta os cuidados com a alimentação dos pets durante a Páscoa

    A Páscoa é um momento especial para reunir a família, incluindo os pets. Porém, é fundamental que os tutores fiquem atentos aos cuidados com a saúde alimentar e segurança dos animais durante a comemoração. O alimento

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    Veterinário comenta os cuidados com a alimentação dos pets durante a Páscoa

    A Páscoa é um momento especial para reunir a família, incluindo os pets. Porém, é fundamental que os tutores fiquem atentos aos cuidados com a saúde alimentar e segurança dos animais durante a comemoração.

    O alimento mais tóxico para cães e gatos presente durante a Páscoa é realmente o chocolate, alerta o supervisor de Assuntos Veterinários da Hill’s Pet Nutrition Brasil, Flavio Lopes. E os cães são mais sensíveis quando comparados a gatos. “O chocolate é composto por uma substância tóxica para cães e gatos conhecida como teobromina, encontrada também no café e no açaí, por exemplo. Ela pode causar intoxicação mesmo quando consumida em pequenas quantidades. Quanto mais amargo o chocolate, maior a concentração de teobromina”, salienta Lopes.

    Mesmo com os cuidados dos tutores, os pets podem acabar comendo chocolate longe da presença deles, por isso é importante ficar atento a algumas reações gastrointestinais como vômitos, que podem conter ou não sangue, poliúria (aumento na frequência urinária), além de sinais neurológicos como movimentos desarmônicos ao caminhar e convulsões.

    Quando há uma ingestão grande do produto, o caso pode se tornar ainda mais grave, com o  pet apresentando  sinais de contração muscular mais rígida, aumento da frequência respiratória, temperatura corporal baixa e, arritmia, podendo incorrer, também, em caso de morte.

    Outros riscos

    Não é apenas o chocolate que traz risco para o pet. É preciso ter muito cuidado com outros alimentos servidos no almoço da Páscoa como bacalhau, alho, cebola, entre outros. “Muitos desses alimentos que estamos acostumados a consumir na Páscoa são tóxicos e fazem muito mal para os animais”, afirma Lopes.

    O especialista orienta que a informação deve ser obtida sempre com o médico-veterinário de confiança, para explicar quais são as consequências de oferecer alimentos que podem acarretar reações adversas.

    Segundo Lopes, pedaços de carne crua também podem ser perigosos pelo risco de estarem contaminados com bactérias, protozoários ou helmintos. Além disso, temperos como alho e cebola são perigosos pois contêm substâncias que podem causar danos às hemácias (células do sangue) causando anemia no pet, que pode ser aguda ou crônica.

    Outro cuidado importante que o tutor deve observar são as embalagens e os pequenos brinquedos ou componentes desses embrulhos (Foto: reprodução)

    Pets em tratamento exigem atenção redobrada

    Os pets que fazem uso de alimentos coadjuvantes, precisam de alguns cuidados extras. Não deve ser oferecido nada além do alimento prescrito. “Se já temos que ter cuidado com animais sadios, os que estão recebendo alimentos terapêuticos precisam ser monitorados ainda mais de perto. Como eles estão se alimentando de uma dieta prescritiva, ela deve ser seguida à risca”, explica Lopes.

    Segundo ele, esses alimentos contêm níveis nutricionais e ingredientes que são específicos para a enfermidade do animal em tratamento pelo médico-veterinário. Caso algo saia do controle, qualquer outro produto comestível que for oferecido pode agravar a enfermidade ou então fazer não surtir o efeito desejado da dieta terapêutica.

    Além dos alimentos, outro cuidado importante que o tutor deve observar são as embalagens e os pequenos brinquedos ou componentes desses embrulhos que podem ser engolidos pelos pets, principalmente os filhotes. Alguns ovos de páscoa contêm brinquedos que possuem peças muito pequenas e eles podem gerar curiosidade ao pet que usa a boca como forma de entender o que é o objeto. “Isso representa um perigo maior para filhotes, pois eles são, por natureza, mais curiosos e a chance deles engolirem algo é muito maior”, avisa Lopes.

    Se o tutor desconfiar que seu pet ingeriu um pedaço de embalagem ou de um brinquedo, Lopes orienta levá-lo ao médico-veterinário que poderá indicar ou não a realização de exames de imagem, como um raio x, e dependendo do caso, o pet poderá passar por uma cirurgia para retirar o corpo estranho, visto que ele pode obstruir o trato gastrointestinal ou até mesmo perfurar algum órgão.

    Alimentos adequados

    Hoje, existem no mercado brasileiro petiscos próprios para os animais que remetem ao nosso costume de oferecer chocolate na Páscoa. Lopes cita os chocolates próprios para cães que não possuem teobromina na composição e que podem ser oferecidos. E alerta que a ideia é sempre utilizar alimentos e brinquedos que sejam próprios para o pet.

    A prevenção e conscientização orientadas pelos veterinários são os melhores caminhos para evitar intoxicações. “O profissional deve ser sempre acionado pelo tutor quando surgir qualquer dúvida sobre qual alimento pode ou não ser oferecido. Se não tem certeza, não ofereça”, ressalta Lopes. 

    Uma alimentação completa e balanceada contém todos os nutrientes essenciais ao pet e caso queira dar algum petisco, não deve exceder 10% da quantidade diária de alimento. Outra dica importante é sempre observar o pet. Se o tutor notar um comportamento fora do habitual, será mais fácil de entender se há algo de errado.

    De acordo com o veterinário da Hill’s, a falta de apetite pode aparecer, caso haja algo de estranho com o bichinho, visto que deixar de comer, normalmente, é o primeiro sintoma. Fezes disformes ou vômitos também podem ser facilmente observados, pois não são condições comuns. As fezes precisam ser bem formadas, sem que haja ressecamento ou muito úmidas. Por fim, andar cambaleante é outro sintoma fácil de se identificar, mas sempre há necessidade de avisar ao médico-veterinário que seja de confiança da família.

    Fonte: AI, adaptado pela equipe Cães&Gatos VET FOOD.

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