Mal súbito em cães: entenda o que pode ter levado à morte cachorro que tomou banho em pet shop
Estabelecimento alega que o cachorro morreu após uma convulsão durante o momento em que era secado; caso é investigado pela Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais. Por José Câmara e Rafaela Moreira, g1 MS — Mato Grosso do Sul 04/03/2023 14h45 Atualizado há 2 dias Link da […]
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Categoria: CRMV-MS | Publicado em: 06/03/2023
Estabelecimento alega que o cachorro morreu após uma convulsão durante o momento em que era secado; caso é investigado pela Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais.
Link da matéria no g1: https://g1.globo.com/ms/mato-grosso-do-sul/noticia/2023/03/04/mal-subito-em-caes-entenda-o-que-pode-ter-levado-a-morte-cao-que-tomou-banho-em-pet-shop.ghtml
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Segundo o especialista, diferente do que muitas pessoas podem achar, o mal súbito não é uma doença, mas sim um sintoma de que algo não está bem. Fraga esclarece que as causas do mal súbito são diversas, desde doenças genéticas que os tutores desconhecem a doenças cardíacas, intoxicação, entre outras complicações.
“O mal súbito é uma morte de forma abrupta, que pode acontecer com animais e seres humanos. Um cão de 8 anos é um sênior, que pode ter alguma doença que não foi identificada. O mal súbito em cachorros pode ser causado por cardiopatia, doenças respiratórias, doenças neurológicas ou intoxicações alimentares“.
Pet morreu em pet shop de Campo Grande. — Foto: Rosane Martins/Arquivo Pessoal
O presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do estado destaca que doenças hormonais também são exemplos de disfunções, que alguns tutores desconhecem, e podem causar mal súbito em animais. O estabelecimento de pet shop alega que o cachorro morreu após uma convulsão durante o momento em que era secado.
O especialista afirma que a causa da morte de Luizinho só seria confirmada com exame de necropsia, que iria identificar a causa da morte e/ou de lesões por meio de uma avaliação completa e sistêmica dos órgãos, tecidos e cavidades. Contudo, o cão foi cremado no pet shop no mesmo dia em que veio a óbito.
“O que comprovaria a causa da morte seria o exame de necropsia, um profissional responsável não poderia ter autorizado a cremação sem antes realizar exames para entender o que aconteceu. O cão de fato poderia ter tido um mal súbito, mas o que comprovaria seria o exame, que agora é impossível de ser feito”.
Em contato com o g1, o pet shop informou que a morte de Luizinho foi uma fatalidade. Segundo o veterinário responsável, o cão teve uma morte súbita e que todos os procedimentos para salvar o animal foram realizados. O estabelecimento também lamentou a morte do animal.
Presença de veterinários em pets
Fraga aponta que uma determinação judicial estabelece que a atividade de pet shop não é exclusiva aos médicos veterinários, o que dispensa a presença dos profissionais no estabelecimento. “A presença de um médico-veterinário em banho e tosa é obrigatória e essencial para acompanhar todas as etapas. O profissional será responsável por qualquer adversidade que aconteça”.
Entenda o caso
A tutora relatou que levou o cachorro para realizar procedimentos de banho e tosa em um pet shop, no bairro Caiçara, em Campo Grande, e recebeu as cinzas do animal. Após receber a notícia da morte, Rosane foi de imediato ao pet shop. No local, começou a buscar informações sobre a morte de Luizinho.
“Eu deixei o Luizinho e a Belinha no pet, às 12h30, e fui para o trabalho. Quando eram 16h01, recebi uma mensagem. Era o médico veterinário me perguntando se era tutora dos cachorros. Perguntei se os cachorros estavam prontos, o médico não respondeu. Liguei e pediram para que eu fosse ao local, avisaram que tinha acontecido um acidente com o Luizinho. Insisti para saber o que tinha acontecido e falaram que o meu cachorro tinha ido a óbito”, relembrou Rosane.
Animal era o chamego do filho de Rosane. — Foto: Rosane Martins/Arquivo Pessoal
Ao saber da morte, Rosane acionou a Polícia Militar, que foi ao pet shop e orientou a tutora a registrar o boletim de ocorrência. “Aceitei que ele fosse cremado, me informaram que o procedimento demoraria oito dias. No outro dia, fui à delegacia, e a polícia me orientou a retirar o corpo e realizar o procedimento de necropsia para investigar a morte do Luizinho”.
Entretanto, a entrar em contato com o pet shop para cancelar o processo de cremação, a tutora recebeu a informação de que Luizinho já havia sido cremado e que as cinzas estavam chegando na casa dela.
“Eu queria pelo menos as cinzas. Mas pensei que o processo para cremar ia demorar. Pedi o corpo, e me informaram que já tinham cremado meu cachorro. Disseram que anteciparam o procedimento. Deixei meu cachorro saudável e recebi as cinzas dele em casa.”
O caso é investigado pela Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista (Decat). Além das investigações na polícia, a tutora entrou com uma ação na Justiça contra o pet shop.
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