A preocupação com a qualidade do ensino da Medicina Veterinária foi tema do Simpósio de Educação que abriu o 42ª Congresso Brasileiro da Anclivepa 2023, na quarta-feira (24), em Fortaleza, […]
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A preocupação com a qualidade do ensino da Medicina Veterinária foi tema do Simpósio de Educação que abriu o 42ª Congresso Brasileiro da Anclivepa 2023, na quarta-feira (24), em Fortaleza, no Ceará.
Para falar sobre os cursos de graduação, a presidente da Comissão Nacional de Educação da Medicina Veterinária (CNEMV/CFMV), Maria José de Sena, ex-reitora da Universidade Federal de Pernambuco, apresentou o diagnóstico realizado pela CNEMV/CFMV sobre a qualidade de 40 projetos pedagógicos dos cursos de Medicina Veterinária aprovados pelo Ministério da Educação (MEC), no período de 2018 e 2021.
A presidente mostrou a análise que a comissão fez de 215 instituições de ensino superior (IES), que participaram do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), em 2019. O estudo apontou que 144 IES apresentaram notas de 1 a 3, quando a escala referencial do Enade estipula 5 como nota máxima na avaliação dos cursos.
Para Maria José, a questão da qualidade do ensino na Medicina Veterinária é responsabilidade de todos e são os profissionais atuantes quem devem defender essa causa. “Hoje já são 536 cursos de Medicina Veterinária. O Brasil forma mais profissionais que a demanda do mercado pode suportar, não há vagas para todo o mundo”, enfatizou a presidente da CNEMV.
Outro ponto defendido pela palestrante foram as atividades práticas durante os anos de graduação. “A prática é que vai permitir ao aluno ter a vivência com a Medicina Veterinária e se sentir inserido. O problema é que os egressos estão saindo das universidades sem a prática, que é fundamental para o entendimento da abrangência da profissão”, assinalou.
O simpósio também teve análise de cursos de pós-graduação, apresentada pelo presidente da Anclivepa Brasil, André Lacerda, professor da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf); e dos programas de residência em Medicina Veterinária, em uma explanação da preceptora e tutora dos programas de Residência em Medicina Veterinária da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), Virgínia Lunardi, ex-integrante da Comissão Nacional de Residência em Medicina Veterinária do CFMV.
Palestra técnica
A programação do 42º CBA 2023 contempla, ainda, painel com palestras técnicas ministradas com convidados nacionais e internacionais. No período da tarde, a médica-veterinária Mitika Hagiwara, mestre e doutora em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo (USP), chamou a atenção do público para o tema “Otimização do Diagnóstico baseado no raciocínio crítico”.
O raciocínio crítico, segundo a médica-veterinária, é uma capacidade inerente a todos os profissionais, facilitada a partir de uma boa anamnese, observação, interpretação e análise de dados coletados. O conceito compreende três etapas: formulação de hipótese, pensamento hipotético dedutivo e observação de resultados.
“Ao clinicar um paciente, é fundamental analisar todas as hipóteses, imaginando as possiblidades para aquele caso, aceitando ou extraindo informações. Quando eu faço esse tipo de raciocínio, consigo chegar mais fácil ao diagnóstico e tratamento. Muitas vezes, o profissional não precisa fazer diversos exames, ou prescrever os medicamentos mais caros, o raciocínio clínico é suficiente. Deixar a natureza agir é mais inteligente que que ficar ministrando muita medicação”, afirma.
O 42º CBA 2023 foi realizados nos dias 24 e 26 de maio, na capital do Ceará, Fortaleza, com palestras técnicas na área de clínica de pequenos animais e simpósios.
Assessoria de Comunicação do CFMV, com apoio das assessorias do CRMV-SC e do CRMV-MT