Em países de clima tropical como o Brasil, o estresse térmico é um dos principais desafios enfrentados pela pecuária leiteira, impactando diretamente a produtividade, a reprodução e o bem-estar dos animais, especialmente em períodos de calor.
“Quando não há um controle eficiente, os prejuízos podem ser expressivos, com redução no desempenho zootécnico, maior desvio de energia para a regulação da temperatura corporal e piora nos índices reprodutivos”, afirma Hilton do Carmo Diniz Neto, médico veterinário e gerente de produtos – Bovinos de Leite | Cargill. No caso da produção de leite, o estresse nas vacas causado pelo calor pode reduzir a produção de leite em até 20%, nos períodos mais críticos.
Aumento da respiração (ofegação) e redução no consumo de alimento são sinais do estresse térmico em bovinos, um quadro que pode ser agravado por superlotação, espaçamento insuficiente em cochos e bebedouros, ausência de sombra e manutenção inadequada de equipamentos de resfriamento. “A adoção de boas práticas de manejo e nutrição é essencial para preservar a saúde, aumentar a produtividade e assegurar o bem-estar dos animais”, destaca.

Quais são os principais sinais de estresse térmico que os produtores devem observar nos animais durante os períodos mais quentes do ano?
Os sinais de estresse térmico nos bovinos são relativamente fáceis de identificar, principalmente durante picos de calor. Os animais apresentam respiração acelerada (ofegação), ficam mais agitados ou procuram sombra com maior frequência.
Outro indicativo importante é a redução do consumo de alimento, comportamento que costuma anteceder quedas de produtividade, já que os bovinos diminuem a ingestão de matéria seca para tentar reduzir a produção interna de calor.
Em ambientes muito quentes, também podem ocorrer quedas no tempo de ruminação e aumento do consumo de água. Segundo especialistas, observar precocemente esses sinais é fundamental para que o produtor adote medidas preventivas antes que o quadro comprometa a saúde e o desempenho do rebanho.
Além da nutrição, quais são as outras estratégias de manejo para reduzir o impacto das altas temperaturas
Além de ajustes nutricionais, que ajudam a reduzir o calor metabólico e melhorar a eficiência alimentar, há um conjunto de práticas de manejo consideradas essenciais para mitigar o estresse térmico. Entre elas estão o fornecimento de áreas sombreadas e o uso de sistemas de resfriamento.
A lotação das instalações também desempenha papel crucial: superlotação e espaços reduzidos em cochos e bebedouros intensificam o desconforto térmico. Boas práticas incluem garantir circulação adequada de ar, realizar limpeza frequente dos equipamentos de resfriamento, ajustar horários de manejo para períodos mais frescos e disponibilizar água limpa em abundância.
A adoção coordenada dessas medidas contribui para preservar o bem-estar, evitar perdas de produtividade e manter o desempenho reprodutivo dentro dos padrões desejados.
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